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Conhecendo o tempo comum: tempo de intimidade com o reino

Conhecendo o tempo comum: tempo de intimidade com o reino

 

 Rhilton Roger Candido Marques

 

Ao longo do ano litúrgico a Igreja celebra o Tempo Comum, ou também chamado tempo per annum, diferentemente dos demais tempos litúrgicos, o Tempo Comum não possui um único itinerário teológico litúrgico. Entretanto, este tempo não pode ser tratado como um bloco de temas, mas sim como celebração do mistério pascal – o aceno à paixão, morte e ressureição –, e por fim, a santificação do povo. A reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, fez com que as leituras e o Evangelho de cada domingo, nos três anos, sempre tenham relação entre si, tendo como base o Evangelho (Cf. SC 106-107).  

 

O Tempo Comum inicia-se sempre no 2° Domingo, destacando, nas orações eucológicas e nas leituras bíblicas, o tema da manifestação do Senhor, fazendo um eco litúrgico e teológico com o Tempo do Natal. Após esse introito, o Tempo Comum discorre sobre a vida e o ministério de Jesus e o querigma, utilizando-se, em sua maioria, os textos dos Evangelhos sinóticos. As leituras do Antigo e do Novo Testamento sempre estão em conformidade com a essência do Evangelho proclamado. Deste modo, ao longo do Ano Litúrgico, a Igreja celebra desde a manifestação, perpassando a vida e anúncio, até o tema escatológico, que marca o fim do Tempo Comum (cf. SC 108).  

 

No ano A, proclama-se o Evangelho de São Mateus. A estrutura do Lecionário segue a do próprio evangelista, apresentando, em cada domingo, de forma linear, os cinco discursos/sermões, entre os quais o Sermão da Montanha. Depois, segue o discurso missionário de Jesus Cristo, as parábolas de Jesus, segue com a confissão de Pedro, o anúncio da Paixão e os evangelhos com temas escatológicos.

 

 No ano B, proclama-se o Evangelho de São Marcos. Nesse ano litúrgico são observados os acenos que o próprio evangelista dá na estrutura redacional: o início do ministério de Jesus, as incompreensões suscitadas pelo comportamento de Jesus, os acenos constantes a casa ou à comunidade de discípulos, a missão dos doze e também Jesus Cristo como o pão da vida.

 

O ano C, por sua vez, tem como evangelista, São Lucas, que segue uma estrutura organizacional semelhante à do ano A. É de suma importância destacar o aceno à misericórdia que o evangelista dá; a experiência do encontro transformador que o pecador, excluído, tem ao estar com Jesus Cristo. É o Evangelho do encontro e tem um forte aceno universal (DH 146).

 

Deste modo, o Tempo Comum é o tempo de viver e construir o Reino revelado e realizado em Jesus. Então, usa-se o verde, pois esta cor remete ao cotidiano, ao trabalho, ao mundo, ao universo como lugar do anúncio e da missão. A cor verde apresenta que a comunidade cristã é composta de discípulos e missionários que testemunham o Reino. A origem da cor verde na liturgia vem do seu simbolismo e ligação com o tempo de preparar a terra para o plantio e ao mesmo tempo de colheita. O Tempo Comum é o tempo de trabalho, tempo de cultivo, tempo de germinar na vida a fecundidade da Palavra e do Reino de Jesus Cristo (cf. IGMR 346).

 

A tendência que existe é tratar o referido tempo litúrgico como um mero intervalo entre os “tempos litúrgicos fortes” o que não é verdadeiro e nem de acordo com a teologia litúrgica. O Tempo Comum é o tempo de um profundo encontro com a experiência pascal e que deve suscitar nos fiéis o ardente desejo de anunciar as grandes alegrias já realizadas em Jesus Cristo, em todos os rincões e realidades existenciais.

 

É um tempo litúrgico que suscita um autêntico desejo de se configurar a Jesus Cristo e compor de maneira total o corpo místico Dele, que é a Igreja. É um tempo de se colocar no caminho de seguimento e de buscar a santidade, chamado feito por Deus a todos que a partir do Batismo, tornam-se sacerdotes, profetas e reis. Celebrar o Tempo Comum, vivenciar sua liturgia e debruçar sobre os mistérios de Jesus Cristo é uma experiência de fé que não deve ser negligenciada, deve ser vivida e celebrada com o coração aberto.

 

 

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