Ir. João Evangelista, O. Cist
(Cisterciense, 2° período de Teologia)
É de conhecimento que os cristãos têm como vocação principal a santidade, porém Deus escolhe caminhos diversos para este objetivo e aqui entra as vocações específicas, entre elas, a vocação a vida religiosa monástica.
Os Padres cistercienses afirmam que o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus, porém o pecado original ofuscou a semelhança, restando apenas a imagem. Então, o trabalho da vida monástica seria retomar essa semelhança, mas como? A resposta está na Regra de São Bento: “Escuta, filho, os preceitos de mestre, e inclina o ouvido do teu coração; recebe de boa vontade e executa eficazmente o conselho de um bom pai para que voltes, pelo labor de obediência, àquele de quem te afastaste pela desídia da desobediência.” (RB, Prol. 1).
Então, pode-se afirmar que o objetivo da vida monástica é resgatar a união da alma para com Deus, e isto vai se dar através de uma oblação de si mesmo a Deus. Vale a pena ressaltar que esta união com Deus, exceto por um milagre, não acontece de um dia para o outro, mas é uma busca constante. Sendo assim, podemos definir também que o monge é aquele que busca a Deus naquilo que é oferecido para ele: na oração, no trabalho manual, na comunidade monásticas, nas alegrias e tristezas. Portanto, ao buscar a Deus em todo momento, o monge atingirá algo que é muito importante para a vida monástica, ressaltado, principalmente, pelo Beato Guilherme de Saint-Thierry: ‘Memore Dei’ (memória de Deus), que não é o fim, mas um dos passos para atingir a unitas spiritualis e, assim, realizará a exortação de São Paulo: “rezai sem cessar.” (I Ts 5, 17). “O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo.” (Mt 13, 44). A vida monástica pode ser comparada com esse campo e, por isso, para tomar posse desse tesouro, é necessário renunciar tudo, até a si mesmo para escolher Cristo.
“A Ordem monástica, não tendo finalidade particular, procura antes de tudo a glória de Deus pela consagração total do monge a seu Criador por uma oblação absoluta e sem nenhuma condição, deixando à Providência a disposição absoluta de sua pessoa, sem querer impor a Deus nem plano nem condição nem estipulação” (Carta do Beato Columba Marmion, O.S.B a Jeanne van Roosbroeck, de 8 de maio de 1918).
Priorado Conventual de Nossa Senhora do Divino Espirito Santo de Claraval (MG)
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