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POEMA AO DEUS ENCARNADO

Por Richard Oliveira

 

Um dos escritos sobre o Natal mais bonitos que li está numa peça de teatro escrita pelo filósofo ateu Jean-Paul Sartre. Estranho pensar que alguém que se decidiu por uma vida sem Deus por convicções filosóficas tenha sido capaz de escrever palavras tão belas.

 

Estando num campo de prisioneiros durante a segunda guerra mundial, em 1940, Sartre escreveu “O Filho do Trovão”, um auto de Natal para ser representado num barracão e, de certo modo, unir ali cristãos e não-cristãos.  Poderíamos, aqui, dar relevância a muitos detalhes: o ateísmo de Sartre; a peça de teatro improvisada num campo de prisioneiros; o Natal celebrado por cristãos e não-cristãos, etc. Pensei em propor simplesmente uma leitura, sem filtros ou explicações, sem pré-juízos ou qualquer outra coisa que impeça você de se encontrar na beleza das palavras e na riqueza de detalhes e comparações. 

 

Chamei, por minha conta, de “Poema ao Deus Encarnado”, mesmo que fale mais de Nossa Senhora e das impressões que ela tem de segurar nos braços o Deus Encarnado.

 

“A Virgem está pálida e contempla o menino. O que dizer daquela expressão de perplexidade que foi vista uma única vez num semblante humano? Porque o Cristo é o seu filho, a carne da sua carne, e o fruto do seu ventre. Ela o carregou por nove meses, vai lhe oferecer o seio e o seu leite se tornará o sangue de Deus.

Em alguns momentos a tentação é tão forte que esquece que é o Filho de Deus. Ela o aperta em seus braços e sussurra: Meu filhinho! Mas, em outros momentos, imóvel pensa: Deus está ali. E é tomada por uma admiração religiosa por esse Deus mudo, por esse menino que, de uma certa forma, causa medo.

Todas as mães, por um instante, ficam transtornadas diante daquele fragmento rebelde da sua própria carne que é um (seu) filho. E se sentem exiladas diante dessa nova vida feita da (sua) própria vida, mas que contém outros pensamentos. Mas nenhuma criança foi arrancada de sua mãe de um modo tão cruel e rápido porque é Deus e supera em tudo o que ela poderia imaginar. E é uma dura provação para uma mãe ter vergonha de si mesma e da sua condição humana diante de seu filho.

Mas creio que deve ter havido outros momentos, rápidos e fugazes, nos quais ela sente que o Cristo é o seu filho, a sua criança, e que é Deus. Ela o contempla e pensa: este Deus é o meu filho. Esta carne é a minha carne, é feito de mim, tem os meus olhos! E a forma da sua boca é semelhante à minha boca. Ele se parece comigo. É Deus e se parece comigo.

 

Nenhuma mulher teve a sorte de ter o seu Deus só para si. Um Deus menino que se pode abraçar e cobrir de beijos. Um Deus quente, que sorri, que respira. Um Deus que está vivo e se pode tocar!”

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