O escritor Saint-Exupéry, em sua célebre obra O Pequeno Príncipe, diz que “o que torna belo um deserto é que ele esconde um poço em algum lugar”.
Daqui há pouco viveremos o tempo chamado pela Igreja Católica de Quaresma. Tempo marcado pelo deserto, símbolo de recolhimento e introspecção, pela busca de si mesmo e do contato com Deus e com os outros.
O deserto é exatamente este lugar que esconde surpresas, mistérios, medos e desafios. Não é um lugar de moradia, mas de passagem, de travessia e caminhada.
Assim, também, é a vida humana, a nossa vida. Caracterizada pelos mesmos mistérios do deserto, pelas mesmas surpresas, medos e desafios. Mas marcada, ao mesmo tempo, pelo caminhar constante e decidido, pela busca de nós mesmos e de nosso melhor. Marcada pela possibilidade de mudança e transformação!
O deserto é belo, porque esconde um poço, dizia o principezinho na conhecida obra. O ser humano é belo, pois esconde em si a possibilidade de mudança e transformação, a possibilidade de se redescobrir e reinventar, de trocar o caminho por onde anda; de ser sempre outro, mas não perder-se de si mesmo.
O poço carrega em si a água que cria possibilidade de vida à semente. O ser humano carrega em si a possibilidade de se recriar, reinventar, lutar por seus sonhos, projetos e ideais.
Também em nossos pequenos passos nascem os grandes ideais. No fazer bem feito cada uma das atividades do nosso dia a dia está a possibilidade de realização e de transformação.
Por Edison Durante