Por Zani Eduarda
A Semana Santa, que chamamos popularmente de “Semana Maior”, neste ano se inicia no dia 02 de abril, Domingo de Ramos, e se desdobra até o dia 09 de abril, Domingo da Páscoa. É a semana central e mais importante do ano litúrgico e nos confere a oportunidade inigualável de reviver o grande Mistério de nossa fé, que é o Mistério Pascal.
Para bem meditar os solenes ritos dessa semana particular, devemos intensificar a oração, a contemplação e o desejo sincero de conversão. Devemos nos aproximar, pela Graça Divina, do sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo, meditando com vivacidade sua paixão, morte e ressureição.
O retiro quaresmal iniciado na Quarta-Feira de Cinzas findar-se-á do Domingo de Ramos até a Quinta-Feira Santa e, a cada ano, a vivência desse tempo oportuno deve nos ajudar a evoluir na compreensão dos mistérios que envolvem nossa redenção.
Na Quinta-Feira Santa, com a Memória da Ceia do Senhor, inicia-se o Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, que encontra seu ápice na Solene Vigília Pascal, no Sábado Santo. A alegria do encontro com o Ressuscitado reverbera no Domingo de Páscoa e se estende ao longo dos cinquenta dias que antecedem a Solenidade de Pentecostes.
A Semana Santa, de modo muito particular, faz um convite para que nós “tiremos as traves dos olhos” e, no martírio de Jesus, consigamos enxergar, com clareza, a imagem de Deus como Ele de fato se manifesta e não como preceituamos que Ele deve ser.
No itinerário que se inicia com gritos fervorosos de “Hosana”, aclamando a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, e vai até o absoluto silêncio que circunda o lenho da cruz, vimos a imagem de um Rei sem honras, despojado de toda vaidade, que declinou de sua Divindade, tornando-se um como nós e assumindo sua condição de servo. Isso para que possamos compreender que o Amor revelado por Jesus é unicamente serviçal e é justamente o seu “abaixar-se” até nós que nos dignifica e nos torna capazes de Deus.
Precisamos, ainda hoje, nos esforçar para acolher o Deus escondido no “Servo Sofredor”, traído, negado, injustiçado, abandonado, de rosto desfigurado pela barbárie da flagelação, com o corpo mudo pendendo na cruz.
Foi por meio do sofrimento que Jesus entrou na glória. Só assim foi possível inaugurar algo realmente novo, a Ressurreição. E este é também o nosso caminho!
Que Nossa Mãe, Maria Santíssima, que soube viver a dor na esperança da Ressureição, caminhe sempre conosco e no auxilie na vivência deste Santo Mistério.