Em defesa dos povos originários A ofensiva contra os direitos dos povos indígenas, agravada nos últimos anos, foi denunciada pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), em seu relatório anual. A realidade vivida pelo povo Yanomami é, pois, síntese do que apresenta o relatório do CIMI.
Os povos originários, integrados à natureza, têm sido desrespeitados de modo contumaz, a partir da ganância, da exploração predatória do meio ambiente, que propaga a morte em nome do dinheiro.
Essa realidade deve despertar santa indignação no coração de cada pessoa, especialmente dos cristãos, que não podem fazer da defesa da vida uma simples bandeira a ser erguida sob motivação ideológica. A vida tem que ser efetivamente defendida, não apenas em uma etapa específica, mas em todo o seu curso. E a defesa da vida humana é indissociável do cuidado com o meio ambiente.
A CNBB pede às autoridades um adequado tratamento dedicado ao povo Yanomami e a cada comunidade indígena presente no território brasileiro. Diante da gravidade do que se verifica no Norte do País, das mortes, principalmente de crianças e de idosos, sejam apontados os responsáveis, para que a justiça prevaleça. O genocídio dos Yanomamis seja capítulo nunca esquecido na história do Brasil, para que não se repita crime semelhante contra a vida de nossos irmãos.
A Igreja Católica no Brasil está unida ao povo Yanomami, solidariamente, com sua rede de comunidades de fé. As dores de cada indígena são também da Igreja, que, a partir de sua doutrina, do magistério do Papa Francisco, vem ensinando a importância dos povos
originários na preservação do planeta.
O momento é de tristeza e desolação, mas a Igreja Católica continuará a trabalhar, intensificando sempre mais as suas ações, em união com muitos segmentos da sociedade e do poder público, para que prevaleça a esperança, confiante de que cada Yanomami será respeitado em sua dignidade de filho e filha de Deus.
Brasília-DF, 31 de janeiro de 2023