Por Padre José Hamilton de Castro
Leituras bíblicas: Mt 21,1-11/ Is 50,4-7/ Mt 27,11-54
Com o domingo de Ramos da Paixão do Senhor, abre-se a Semana Santa, em que celebramos o mistério pascal do Senhor. Viveremos o contraste, este paradoxo: primeiro a alegria da procissão de ramos e a tristeza no relato da paixão do Senhor. Jesus, em sua opção pelo reino de Deus e a vontade do Pai, despertou amor em muitas pessoas e atraiu o ódio gratuito de alguns.
Ouvimos o relato da Paixão de certa forma entristecidos, porém com os ramos nas mãos, e esse é o sinal da vitória de Jesus em sua ressurreição. Sem a perspectiva da ressurreição, o sofrimento fica vazio e sem sentido.
As leituras nos ajudam a entrar no mistério celebrado. Na primeira proclamação, Isaías fala da missão do servo do senhor, que escuta e acolhe a Palavra de Deus, despertando em nós esta atitude de escuta e acolhida da Palavra de Deus.
O Evangelho da entrada de Jesus em Jerusalém nos ensina a escutar Jesus, nos mostrando o que devemos fazer para celebrar, com Ele, a Páscoa. Com o relato da Paixão do Senhor se faz necessário aprendermos com Cristo sua comunicação através de seu silêncio diante de Pilatos e o silêncio no sepulcro. Neste último silêncio, Deus prepara para nós a grande surpresa da ressurreição.
Enfim, neste Domingo de Ramos, início da Semana santa, viveremos este contraste ou duplo mistério pascal, cruz e glória, morte e ressurreição. Esses aspectos são inseparáveis e não podemos dissociá-los. Se vivermos esses aspectos a partir da celebração seremos provocados a superar a maldade e a renovar a vida com sentido pascal.