A vida da Igreja é Missão
Por Dom José Lanza Neto
Outubro é o mês dedicado à reflexão missionária e ao incentivo às obras de evangelização em todo o mundo. Onde haja alguém que precise ouvir a mensagem de Jesus em qualquer região do mundo, lá deve estar um cristão partilhando a Boa Nova.
O Mês Missionário não é, de modo algum, uma limitação da missão a esse período, até porque temos a compreensão que a missão é a natureza da Igreja e tudo o que os fiéis realizam nesse sentido deve estar em coerência com o gesto fundamental de falar de Jesus a quem quer nos encontremos.
Para este mês, temos como tema motivador “A Igreja é missão”, indicando a força desse elemento que constitui a nossa tarefa como seguidores de Jesus e, ainda, o lema bíblico destaca com forte vigor essa ligação entre crer e anunciar: “Sereis minhas testemunhas” (At 1, 8). A Igreja se constitui como serva que tem como principal atividade apresentar a todas as pessoas, por gestos e palavras, o Cristo.
Fechar-se à missão significa criar obstáculos à ação constante do Espírito Santo, sempre presente, atuante, impulsionador e defensor (cf. Jo 14,16; Mt 10, 20). O Espírito Santo guia os passos e as decisões da comunidade dos seguidores de Jesus, iluminando suas mentes e seus corações para que não se desvie do seu caminho e de seu trabalho em prol do Reino de Deus.
“Fechar-se à missão significa criar obstáculos à ação constante do Espírito Santo, sempre presente, atuante, impulsionador e defensor”
É preciso despertar o discípulo-missionário para a necessidade e a urgência de anunciar “Jesus Cristo em todos os lugares e situações em que se encontrar, apresentando com clareza e força testemunhal quem é Ele e qual sua proposta para toda a humanidade” (CNBB, doc. 102, 38). Para isso, será necessário, cada vez mais, fazer da missão o coração de toda ação pastoral e evangelizadora e tê-la como chave mestra da evangelização.
“Sereis minhas testemunhas”, o lema destaca a fala de Jesus na qual Ele coloca como tarefa primordial aos discípulos expressar por toda parte o Evangelho do Reino. Ser testemunha é mais do que propagar o nome de Jesus, é estar pronto a dar a vida se preciso for, é caminhar com grande dificuldade nos ambientes mais desafiadores. Ser testemunha é ser farol, guia e porto seguro para os indefesos e os pequenos, aqueles junto dos quais o Senhor sempre está.
Que assim como trazemos em nosso Plano Diocesano de Ação Pastoral, a missão permanente seja o coração de toda a pastoral e a espiritualidade seja a fonte inesgotável que nos leva sempre em frente na superação “individualismo, crise de identidade e o declínio do fervor” (cf. Evangelii Gaudium 78), assumindo os passos e as ações de Jesus, como Ele nos mostra no Evangelho.