Reflexão do 33º Domingo do Tempo Comum – Lc 21,5-19
Por Padre Dione Piza
“Mil chegará, dois mil não passará” diziam nossos avós. Passamos! O tema do “fim dos tempos” também estava presente nas comunidades cristãs, que acreditavam que a vinda triunfal de Jesus estava próxima. É nesse contexto que a liturgia deste Domingo recorda que o “Reino não se realizará por um triunfo histórico da Igreja” (CIC 677) mas pela vitória de Deus sobre o mal”.
Jesus está em Jerusalém, esta é a semana que antecede a Cruz e a Páscoa. A ação de Jesus finalizará no Templo com este discurso sobre o fim dos tempos. Quando essa Palavra chegou às comunidades Lucanas, cerca do ano 85, Jerusalém já estava destruída. Então, qual é a novidade? É recordar que o fim de Jerusalém não é o fim do mundo (v.9) e que as perseguições contra a Igreja não indicam a iminente volta do Senhor.
Na crise surgem falsos profetas alegando portarem a verdade. A exortação é clara: que aquilo que aconteceu com a antiga Israel, de se tornarem insensíveis a Deus e adoradores de reis meramente humanos, não aconteça com a Igreja do Senhor! Na perseguição, o cristão deve testemunhar o Reinado de Cristo. Convicto de sua fé, é animado com a força do Espírito Santo e enfrenta, com ousadia, os desafios de cada dia.
Em tempos que se “coloca a vida humana em função de um prazer imediato e sem limites, escurecendo seu sentido e a degradando” (DAp 357), o católico não pode cruzar os braços, mas deve “pelejar” sem medo (2ªleitura), certo de que virá o dia do Senhor (1ªleitura)! Mas até esse dia, e para que ele seja de júbilo, é preciso entender que nossa alegria consiste em servir a Deus de todo o coração (cf. Oração do dia), na fé e na ação.