No consistório secreto de 19 de dezembro de 1935, o Papa Pio XI o anunciou primeiro bispo residencial da Diocese de Bonfim (BA). Foi ordenado bispo em 16 de fevereiro do ano seguinte, na Catedral Santo Antônio, em Campanha. Adotou como lema episcopal Qui perseveraverit usque in fi nem salvus erit (Quem perseverar até o fim, será salvo), à luz dos evangelhos de Mateus e de Marcos (Mt 24,13; Mc 13,13b).
O jovem bispo tomou posse canônica da Diocese de Bonfim no dia 3 de maio de 1936.
Em 1939, participou ativamente do Concílio Plenário Brasileiro, realizado no Rio de Janeiro (RJ).
Bispo de Guaxupé
Depois de mais de quatro anos de apostolado em Bonfim, foi nomeado pelo Papa Pio XII bispo residencial da Diocese de Guaxupé, no dia 19 de setembro de 1940.
Sua excelência tomou posse canônica da diocese no dia 24 de novembro, às 9h30min, na antiga Catedral Nossa Senhora das Dores.
Promoveu o primeiro sínodo diocesano, realizado na sede da diocese, nos dias 19 a 22 de agosto de 1947, e o documento final foi promulgado em 7 de outubro do mesmo ano.
No dia 2 de fevereiro de 1948, Dom Hugo anunciava com profunda satisfação, em Carta Pastoral, que o papa Pio XII havia distinguido a Sé Catedral de Guaxupé com a honra singular de um cabido, isso ocorreu com letras apostólicas datadas de 19 de julho de 1947.
Preocupado com o bem espiritual dos fiéis, criou diversas paróquias. Em seu pastoreio na diocese, foi visível que ele era um homem incapaz de tomar uma atitude sem a intenção de fazer o bem.
Profundamente imbuído do sentimento pastoral, criou em toda a diocese um ambiente favorável de vocações sacerdotais, provando que elas existem onde quer que sejam buscadas. Construiu novo e moderno prédio para o funcionamento do Seminário Episcopal de Nossa Senhora Auxiliadora. Propiciou ao clero todos os cuidados, nos campos da cultura, da piedade e da formação, assim como da assistência material.
É um traço marcante de sua vida a devoção à Virgem Santíssima. Por isso, construiu a atual Catedral, considerada, na época, uma das maiores do Brasil.
A sede da diocese foi palco da “Semana de Ação Católica”, que aconteceu de 16 a 23 de fevereiro de 1951. A pedido de Dom Hugo, foi pregador e orientador do monsenhor Helder Pessoa Câmara, vindo do Rio de Janeiro (RJ).
Governou a diocese, como bispo residencial, até o dia 3 de setembro de 1951, quando foi nomeado arcebispo titular de Cotrada e arcebispo coadjutor, com direito à sucessão de Dom Antônio dos Santos Cabral, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte (MG). No dia 7 de dezembro, seguiu para a sede da referida arquidiocese mineira em meio à mais comovida manifestação de estima e apreço do povo guaxupeano.
Em onze anos de seu ministério episcopal em Guaxupé, Dom Hugo desenvolveu intensa atividade pastoral. Foi um incansável apóstolo.
Novas atuações e últimos anos
No dia 8 de dezembro de 1951, Dom Hugo tomou posse como arcebispo coadjutor da Arquidiocese de Belo Horizonte, no Palácio Cristo Rei, na capital mineira. Juntamente com seu novo posto, foi nomeado administrador apostólico da Diocese de Guaxupé, até que fosse eleito o seu sucessor (21 de maio de 1952).
Em 1954, sua excelência renunciou à arquidiocese e transferiu-se para a Diocese de Marília (SP), onde exerceu, inicialmente, a função de administrador apostólico, tomando posse no dia 21 de março do mesmo ano, então festa de São Bento, padroeiro da atual Catedral Basílica.
Em 7 de outubro de 1954, foi nomeado primeiro bispo residencial da Diocese de Marília, mantendo o título pessoal e a dignidade de arcebispo.
Em 24 de julho de 1961, o papa João XXIII o nomeou assistente ao trono pontifício.
Dom Hugo Bressane de Araújo participou de todas as sessões do Concílio Ecumênico Vaticano II, realizado entre os anos de 1962 e 1965. Segundo o pesquisador e padre José Oscar Beozzo, Dom Hugo fez 6 intervenções por escrito nesse concílio.
Avançando em idade, solicitou um bispo auxiliar e lhe foi concedido Dom frei Daniel Tomasella, OFM Cap, ao qual deu posse no dia 20 de dezembro de 1969.
Em 23 de abril de 1975, o papa Paulo VI aceitou o seu pedido de renúncia do governo da diocese. Permaneceu na diocese como bispo emérito. O seu sucessor foi o seu bispo auxiliar.
Em toda a sua vida episcopal, Dom Hugo ordenou um total de 39 presbíteros. Escreveu diversas cartas pastorais e inúmeras circulares, além de uma obra literária de grande repercussão, intitulada “O aspecto religioso da obra de Machado de Assis”.
Faleceu na madrugada de quinta-feira, 9 de junho de 1988, na Santa Casa de Marília, três meses antes de completar 90 anos de idade. Recebeu o conforto dos últimos Sacramentos e nunca perdera a perfeita lucidez mental. O sepultamento aconteceu na cripta da Catedral Basílica de São Bento Abade, na cidade de Marília.
Até seu falecimento, era o bispo mais antigo do Brasil, com 52 anos completos de episcopado.
Segundo monsenhor Hilário Pardini, “Dom Hugo era o homem eclesiástico. De cultura sólida, dedicava-se à literatura. Temperamento nervoso, exigente e de uma operosidade a toda prova. […] Não perdia a ocasião para cultivar o amor à pontualidade, o respeito às autoridades e à ordem constituída, o empenho pelas coisas sérias e elevadas. Não admitia nunca o mais leve desrespeito que parecesse ferir pessoas ou instituições. O culto religioso nas Igrejas mereceu dele o melhor de sua pessoa. Suas palestras e seus sermões transpiravam o grande amor a Deus e à Igreja, sempre dentro de uma linguagem elegante e límpida”.
Homem de fé inabalável e de constante oração, costumava dizer muitas vezes, especialmente nos últimos dias de sua vida terrena: “estou nas mãos de Deus”. De fato, não obstante os contratempos da vida, perseverou até o fim…