No dia 25 de fevereiro, durante o período da manhã, padre Luiz Mosconi, idealizador das Santas Missões Populares, e a missionária Simone estiveram presentes na Cúria Diocesana, em Guaxupé. O objetivo dessa visita foi trabalhar com padres, representantes dos Conselhos Paroquiais e do Conselho Diocesano de Pastoral, temas relacionados à vida paroquial e à missão em meio a uma sociedade sem certezas e carregada de crises.
A pandemia do Convid-19
A proposta de reflexão apresentada por padre Luiz Mosconi é a busca pelas fontes cristãs, nas quais o motor condutor era a espiritualidade e a esperança. No entanto, a sociedade viveu a grande crise da pandemia da covid-19, que gerou um esfriamento no discipulado de Jesus.
Uma sociedade líquida
A sociedade acabou por sofrer ainda mais com a falta de sentido para a vida, a liquidez e a rapidez das transformações; o ser humano foi visto como objeto e não sujeito; houve uma maior valorização da estética e não da ética e, por fim, o esquecimento da espiritualidade, da transcendência, de Deus.
A sociedade líquida não tem uma forma, mas é influenciada pelas “formas” que as realidades propõem e que mudam de acordo com os interesses de alguns. Tudo, assim, torna-se provisório, sem bases, sem projetos a longo prazo.
Como tudo é provisório, as pessoas tornaram-se concorrentes, a fim de garantir alguma estabilidade pessoal. Nesse caminho, o outro não importa, mas apenas meus interesses pessoais. A busca por felicidade se torna um imperativo, porém uma felicidade frágil, incapaz de dar uma verdadeira realização para o ser humano. Uma busca baseada no prazer rápido, nas aparências, no dinheiro e não no que realmente é capaz de saciar sua vontade de realização.
E como está a realidade da própria Igreja e das comunidades?
A influência da sociedade sem perspectivas e cheia de mudanças encontrou espaço dentro da Igreja, influenciando diretamente a vida paroquial, o compromisso dos leigos e leigas, a relativização da missão, a fé individualista. Jesus tornou-se o maior objeto de Fake News, já que acabou sendo reduzido a um “chiclete” vendido e saboreado de acordo com a opinião e o desejo de cada um, principalmente no crescimento de comunidades evangélicas sem tradição.
A proposta de um processo formativo permanente, capaz de gerar uma paixão por Jesus, foi transformada numa pastoral de eventos, seguindo apenas com as obrigações mais básicas possíveis.
A Espiritualidade como um antídoto
Nesse sentido, a ESPIRITUALIDADE aparece como um antídoto com força necessária para tornar uma fé líquida numa fé verdadeira. No entanto, a FORMAÇÃO é o caminho para construir uma espiritualidade de seguidor de Jesus e não de um mero admirador e espectador.
A formação não é uma proposta de reuniões e conteúdo, mas um caminho contínuo e sistemático de vivência da fé em comunidades, formadas pelos exemplos de Jesus e a partir de sua história de vida.
A necessidade do compromisso
Encher-se de paramentos e ritos, mas sem uma pastoral eficaz, não é o melhor caminho. Não se trata, de forma alguma, de desconsiderar a riqueza do rito e a beleza e simbologia dos paramentos. É, no entanto, unir ao culto a formação permanente.
A formação é um estilo de vida, uma busca constante de aprender e ensinar a respeito de Jesus Cristo e a fé da Igreja. Essa é a verdadeira fé cristã, capaz de transformar pessoas em verdadeiros discípulos que amam a Jesus: vivendo da mesma forma de Jesus de Nazaré (Cf. Fl 2,5).