28° Domingo do Tempo Comum – Lucas 17,11-19
Por Padre Reginaldo José da Silva
No caminho para Jerusalém, Jesus encontra-se com dez leprosos. Parados a certa distância, gritam para que o Mestre os cure: “Tem compaixão de nós”. Eles ousam pedir o que ninguém podia dar naquela época: a cura da lepra. Pedem um favor que ultrapassa as forças humanas. Mas esta cura não acontece de imediato. Jesus pede-lhes para irem mostrar ao sacerdote, a fim de que ele comprovasse a cura e lhe permitisse a reintegração na vida social.
Os dez leprosos acreditam na Palavra de Jesus e partiram. Eles no caminho percebem que estão curados. O caminho que percorrem é o caminho da fé. É percorrendo este caminho que irão experimentar a ação libertadora de Jesus. Esta ação não é uma ação mágica, caída repentinamente do céu, mas um processo progressivo, no qual o crente vai descobrindo e interiorizando os valores de Jesus, até à adesão plena às suas propostas e a efetiva transformação do coração.
A nossa “cura” não é um momento mágico. Ao perceber que estavam curados, apenas um deles voltou para agradecer a Jesus. Já não é o templo, a lei que oferece salvação, mas a pessoa de Jesus. Ele se lança aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e agradece. Jesus olha ao redor e questiona: Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? Poderíamos perguntar a nós mesmos: será que estou entre os nove que não voltaram, ou com aquele que retornou? Os dez foram curados, porém somente aquele estrangeiro, experimentou a salvação que vem de Deus.
“A nossa “cura” não é um momento mágico”
Muitas pessoas procuram a Igreja, e certas religiões somente para obter a cura, ou para resolverem seus problemas de ordem material ou algum conforto espiritual. Quando adquirem o que precisam se esquecem de Deus, e não mais retornam, não perseveram na fé. Para aquele que retornou agradecido, é proclamada e Palavra de fé: “Levanta-te e vai. Tua fé te salvou”. Seu retorno a Jesus possibilitou o acolhimento do dom de Deus, que é sua salvação.