Fé e Política

FÉ E POLÍTICA

 

Émerson Ferreira

 

Falar sobre fé e política é falar sobre a origem de nossa existência humana, é falar sobre dois elementos que estão interligados em nossa vida social. Nós humanos somos seres que vivemos em coletividade, em sociedade, buscamos esse meio de vida para que assim fôssemos mais fortes. Unidos, juntos, a humanidade percebeu que conseguiria se desvencilhar e vencer vários problemas e batalhas. Em uma de suas frases mais conhecidas, o filósofo Aristóteles diz: “O homem é, por natureza, um animal político”, nessa perspectiva, o filósofo nos faz enxergar que somos seres incompletos, imperfeitos, carentes uns dos outros. Dessa forma, compreendemos que Deus criou o homem para uma vida em sociedade, criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, pediu que se multiplicassem e povoassem a terra. Assim surgiram as grandes civilizações, os grandes profetas, reis e líderes. O que tudo isso seria, senão uma junção dos dois elementos que iniciamos falando nesse texto: “Fé e Política”?

 

O Papa Francisco, em uma de suas diversas abordagens sobre política, mencionou: “Envolver-se na política é uma obrigação para o cristão. Nós cristãos não podemos nos fazer de Pilatos e lavar as mãos, não podemos!”. Por diversas vezes, nós cristãos deixamos a política de lado por acreditarmos que esse é um caminho sem jeito. Por entendermos que religião e política não se misturam. Por acharmos que na política só se encontram os corruptos. Por pensarmos que política não é um assunto de nossa preocupação enquanto igreja, mas sim obrigação dos políticos profissionais.

 

Irmãos, desse modo, somente estamos “vendando” nossos olhos para os problemas que nos rodeiam. Queremos nos isentar da culpa pelos diversos problemas sociais que nos afligem: a desigualdade social, a fome, a má educação, a falta de segurança. Óbices estes, que podem ser resolvidos no âmbito político, pela boa vontade daqueles que estão nos representando. Pela cobrança diária e fiscalizadora que devemos fazer. Pelo verdadeiro e completo papel de cidadãos que temos de exercer. Pelo diálogo que se encontra escasso atualmente. Pela nossa responsabilidade no voto democrático. Devemos trajar nos trajar de retidão e passarmos a enxergar a política como um meio que ela realmente deve ser: de transformação e melhoria social.

 

Platão, em uma de suas frases, diz: “O castigo dos bons que não fazem política é serem governados pelos maus”. Nosso papel enquanto cristãos é sermos pessoas que buscam o bem social. Enquanto fiéis, enquanto irmãos em Cristo, não sejamos omissos, fazendo como o levita e o sacerdote na parábola do samaritano, mantendo-nos calados ao lado dos nossos irmãos que sofrem. Tiremos as traves de nossos olhos, levantemos nossas vozes, sejamos cristãos fervorosos e não mornos e omissos como Pilatos.

 

Jesus lutou pela melhoria de seu povo, buscou a igualdade entre todos, matou a fome dos que por ela eram assolados, lutou contra o sistema, deu sua vida por nós, esse é o maior exemplo de doação, de dedicação e de AMOR ao próximo. Ele, enquanto filho de Deus, poderia ter se eximido de tudo isso, mas pôs-se à disposição da melhoria de todos nós. Somente quando enxergarmos e começarmos a lutar, buscando na política o bem social, as tribulações começarão a desaparecer e a calmaria começará a reinar. Que Deus nos ajude e nos ilumine a termos um maior senso de justiça para lutarmos pelos ideais de nossos irmãos. Que ele nos dê força e coragem para combatermos as desigualdades sociais. Que sempre lutemos pelo bem comum e pela democracia, pela voz dos menos favorecidos, dos injustiçados. Que façamos assim como os discípulos de Jesus: propaguemos as Glórias e os feitos de nosso Salvador e sejamos firmes nos propósitos de melhorias sociais. Tenhamos responsabilidade como cidadãos e participemos ativamente da política que nos rege, para que assim, não sejamos governados pelos maus. Que os bons cristãos governantes, assim como Moisés, nos guiem nos caminhos à “sociedade prometida”, de um mundo mais Justo e Fraterno.

 

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