NATAL: MISTÉRIO DE SALVAÇÃO
Ir. André Luiz Oliveira, C.SS.R.
Diretor do Centro Redentorista de Espiritualidade (CERESP)
Aproxima-se o tempo mais emotivo do ano: o Natal! Ele toca a todos os corações, e nos transporta para um universo celestial, é como se ouvíssemos ao longe, algo de: “Gloria in excelsis Deo…”. A encarnação do Verbo, é o ápice do amor de Deus, que se fazendo humano, quis experimentar a beleza da vida humana. O que poderia ter sido majestoso, deu-se de maneira singela, em uma humilde gruta, no aconchego familiar, na presença de um justo e de uma serva do Senhor. Ao longo dos séculos, os artistas, representaram essa cena, das mais diversas formas. A mente humana, tentou sondar aquilo que somente os olhos de Maria e José, inicialmente contemplaram. Talvez, fosse esse, o único privilégio, que Deus Pai, reservou ao casal, pois a alegria do recém-nascido era mérito dos pais.
Dentre os diversos autores eclesiásticos, que escreveram a respeito do Mistério do Natal, ocupa um lugar memorável, Sto. Afonso Maria de Ligório (1696-1787), ele desvelou diante de nossos olhos, as mesmas alegrias que invadiram os corações dos pastores, na noite santa do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. A respeito do Natal, disse ele certa vez: “O Filho de Deus se fez pequenino, para nos fazer grandes; deu-se a nós, a fim de que nós nos demos a Ele, veio mostrar-nos o seu amor, a fim de que nós Lhe respondamos com o nosso”. Sto. Afonso compreendeu a grandeza da encarnação do Verbo, que se fazendo homem, se fez amor! Concluiu que se Jesus é o Verbo, Ele não pode se calar, pois Deus tem sempre algo a nos dizer. Com o Seu nascimento, Ele nos diz, que era Seu irrestrito desejo se fazer homem semelhante aos homens, sentir semelhante aos homens e, até mesmo, sofrer semelhante aos homens. Poderíamos dizer que, Sto. Afonso, é o Doutor do Natal, pois sua composição: “Tu scendi dalle stelle”, é a canção natalina mais conhecida em toda a Itália. É de uma riqueza teológica insuperável, simplesmente porque ele compreendeu e traduziu a beleza do Natal, a importância salvífica do Natal e a belíssima pobreza do Natal.
É de consenso, que com o passar dos anos, o Natal, foi se esvaziando, do seu sentido original; e aquilo que inicialmente traduzia a grandeza do amor de Deus, tornou-se presente, ao invés, de presença! Como era bonito, quando éramos crianças e, nossas mães e avós, montavam o presépio e nos contavam a história do Natal, éramos envolvidos naquele ambiente mágico, do nascimento do menino Jesus. Se eu pudesse dar um conselho às mães, eu diria, nunca deixem de ser contadoras de histórias, pois são as histórias que nos fazem enfrentar a dureza da vida, com leveza. De tudo o que o Natal poderia ensinar aos homens, podemos arriscar dizer, que o Natal é Mistério de Salvação! E que dentro de cada pessoa, brilha uma estrela, que ilumina as trevas do egoísmo e irradia amor.