O que a Pastoral da Comunicação tem a ver com a Sinodalidade? É uma pergunta justa de ser feita, afinal a PASCOM em muitas comunidades, serve apenas para publicar fotos e transmitir missas e promoções. Mas a Igreja que Deus espera do terceiro milênio segundo o Papa Francisco é uma Igreja sinodal, ou seja, um estilo de Igreja que vive em comunhão, participação e missão.
As ações de comunicação devem propagar a sinodalidade como forma de ser Igreja, divulgando e promovendo a união, a participação ativa e fecunda dos batizados no mundo sempre na perspectiva de que a missão é a identidade da Igreja.
7º Encontro Nacional da Pascom
Sinodalidade: Comunhão, participação e missão
Comunicar a vida social e a pastoral na igreja
Muitas Pastorais responsáveis pela comunicação preocupam-se em mostrar o culto e a figura do ministro ordenado e acabam se esquecendo da vida pastoral, social e caritativa da Igreja. Comunicar é dar espaço e visibilidade às boas obras feitas pelas comunidades cristãs, não para exibir a caridade, mas para dar enfoque à prática cristã do amor e do compromisso da Igreja, composta por cada Batizado
Espiritualidade na comunicação
Ser PASCOM não é apenas um serviço prestado às telas, mas um apostolado cristão. Desse modo, não é possível comunicar sem espiritualidade. A oração é fonte de vivência da fé.
O tema foi abordado pela Irmã Maria Nilza, que destacou a necessidade do membro do PASCOM viver a espiritualidade como experiência pessoal e comunitária. Tornando-se anunciadores como Maria Madalena que, ao ver Jesus Ressuscitado, correu ao encontro dos Apóstolos para comunicar a Ressureição do Senhor.
Política na ação evangelizadora e na comunicação
Em meio à polarização atual no Brasil, surge uma instigante pergunta: como comunicar em nome da Igreja em meio ao ambiente político atual? Papa Francisco apresenta uma luz na encíclica Fratelli Tutti, de acordo com uma das assessoras Tânia Maria Silveira é preciso “ter em mente a atitude do Bom Samaritano: ver e ter compaixão”. Assim, o nosso fazer pastoral deve levar sempre em conta a fraternidade.
Partir do princípio da fraternidade é levar em conta a dignidade da pessoa humana, uma obrigação civil e não apenas cristã. Além disso, é mais do que necessário considerar o princípio do coletivo, isto é, da comunidade. A política é a gestão daquilo que é comum, do que gera pontes e não muros.
Uma das grandes crises políticas é a violência na época eleitoral que neste primeiro semestre aumentou 23% em relação à 2020. E a associação entre religião e política é uma das maiores preocupações para toda Igreja.
O que fazer na comunicação diante deste cenário?
1º) Lutar contra a violência;
2º) Orientar diante da crise sanitária e seus impactos, como a fome;
3º) Preocupar-se com os retrocessos democráticos;
4º) Pensar na casa comum e no cuidado com a natureza;
5º) Dar visibilidade, capacitação e instrução aos membros da PASCOM.
Dando continuidade à fala de Tânia Maria, um outro convidado a partilhar Vinícius Borges Gomes, afirmou: “nossa realidade política e eleição não é escolher A ou B, mas lutar pela sobrevivência. Nos índices de fome regredimos em 30 anos. Estamos indo contra a constituição que exige que se garanta o básico para as pessoas”.
Essa realidade aponta para todos que a crise atual é humanitária. A Igreja ao lidar com esse momento através da comunicação, precisa olhar para além, para o horizonte cristão que é o Reino de Deus. Não basta ser uma pastoral que faz marketing igrejeiro. É preciso ser uma pastoral que assume sua função profética.
Há uma realidade que grita aos olhos da Igreja e exige uma postura profética a favor da justiça que comunique a paz e a união.