Por Padre Dione Pizza
O Santuário de Santa Rita de Cássia, em Cássia–MG, é mais uma prova do poder da fé! Na carta aos Hebreus lemos que “fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos” (Hb 11,1). E assim tem sido a nossa história: há dois anos era inaugurado o maior Santuário do mundo dedicado à Santa dos impossíveis, e desde então temos provado o mistério da fé e da “esperança que não nos decepciona” (cf. Rom 5,5).
Um projeto idealizado e realizado por um único devoto, o Senhor Paulo Flávio de Melo Carvalho, e doado à diocese de Guaxupé e aos milhares de devotos de Santa Rita, a princípio despertou em muitos corações o temor sobre como seria seu futuro, tendo em vista os muitos desafios econômicos e pastorais que este dom de Deus exigiria de nosso povo. E, eis que dois anos depois, podemos afirmar: o Santuário deu certo!
Ainda resta aprender muito com o Santuário, e ainda existem grandes desafios econômicos e pastorais: o Santuário é jovem, estamos aprendendo a caminhar caminhando, e a cada passo dado, temos a mesma fé que inspirou o coração de Samuel para dizer “até aqui nos ajudou Senhor” (ISm 7,12) e a mesma coragem para afirmar com Abraão: daqui para frente “O Senhor providenciará” (Gn 22,14).
Confirma estas palavras o grande fluxo de peregrinos e visitantes, católicos ou não, das mais diversas classes sociais, cidades, estados, e até de outros países que visitam o Santuário para venerar Santa Rita e adorar o Deus dos Impossíveis. No santuário, tem peregrinos todos os dias e o dia todo, e a impressão dos que chegam é a mesma: este lugar é diferente! Aqui é um lugar de paz!
Nossa pastoral, alicerçada no encontro de Reitores de Santuários de 2023, tem buscado pôr em prática o lema: “Missão e vocação do Santuário: acolher, celebrar, anunciar”.
Acolher porque quem chega no Santuário precisa ter clareza de que está em um lugar único, não por ser o maior do mundo dedicado a Santa Rita, mas porque de fato é a Terra dos Impossíveis! Acreditamos que este é o primeiro passo para o encontro pessoal com Jesus Cristo e para o milagre da conversão. Neste ponto, o Santuário faz como André, que anuncia “encontramos o Messias” (Jo 1,41) e leva o peregrino para Jesus.
Celebrar porque a liturgia católica é “a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força” (SC 10). Por este motivo, nos atentamos ao máximo para que, quem chegar ao santuário, participe de forma ativa e consciente de toda a ação sagrada: mais que uma grande construção ou um local de visitação, o Santuário é a confirmação de que Deus-Emanuel “armou sua tenda entre nós”! (Jo 1,14).
Anunciar porque “conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber… e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (DAp 29). Anunciamos Jesus na acolhida alegre e fraterna, nas pregações e meditações, com intensidade nos Areópagos modernos, isto é, nas mídias de comunicação social “proclamando a Palavra no tempo oportuno e inoportuno” (II Tm 4,2).
Assim, o Santuário de Santa Rita é mais um sinal palpável da presença Deus na Diocese de Guaxupé, e embora “nossos sofrimentos leves e momentâneos” (IICor 4,17) anima-nos a emoção de cada devoto que vem em busca de uma intercessão ou para agradecer à Madrinha dos Impossíveis… cada joelho que se dobra em oração é motivo para permanecermos de pé, altaneiros e corajosos, batalhando nesta a obra de Deus.