Sem dúvida o Serviço a Justiça Eclesiástica é um serviço Pastoral de enorme responsabilidade e de grande importância na vida da Igreja, uma missão contínua. Por vezes, este trabalho que exige extrema dedicação e capacitação, não é visto como prioridade para muitos fiéis e clérigos. Tal realidade não se trata de descaso e, sim, falta de um conhecimento mais profundo da sua real importância.
A Igreja jamais foi ou será divorcista. Para estancarmos esta ferida numa cultura do descartável e que, consequente, se faz presente em nossas Dioceses, Paroquiais e Tribunais Eclesiásticos. É urgente, atitudes pastorais concretas e a tomada de consciência e ações na estrutura orgânica e formativa do que de fato é o Matrimônio, com uma catequese matrimonial rica em conteúdo e espiritualidade, que desperte e conduza ao Matrimônio realmente os casais que de fato são vocacionados para este Sacramento, maduros e responsáveis para assumi-lo com seus direitos e deveres, com um amor e doação com a específica pessoa com a qual se unirá.
Hoje nossa Diocese conta em sua Justiça Eclesiástica com 27 colaboradores entre juízes auditores/instrutores e notários, sendo alguns presbíteros e a grande maioria leigos de nossas paróquias e setores que exercem no voluntariado. Temos uma enorme demanda processual. Com a pandemia as causas continuaram adentrando no Tribunal e, por quase dois anos, sem depoimento, o que foi razão de morosidade e os poucos membros que tínhamos na justiça canônica até certo tempo atrás. A realidade hoje em nossa Diocese de Guaxupé: temos por volta de 700 Causas em trâmite, sendo ainda pouquíssimos processos de 2016 a 2018, no momento estamos colhendo os Depoimentos de 2019 e Contestações de 2023; em breve iniciaremos os Depoimentos das Causas de 2020 e de 2021.
Acreditamos que, em pouco tempo, nossos Processos correrão no prazo que a Justiça Canônica nos pede, no máximo um ano e meio para as Causas Ordinárias, são um tempo bem inferior para as Causas de Rito Breve. Os Processos Documentais, por natureza são mais rápidos e os Processos de Inconsumação são direcionados para o Tribunal da Rota Romana, no Vaticano.
Não limitemos nossos esforços em nossas Paróquias e, consequentemente, em nossa Diocese de Guaxupé, com a Pastoral Familiar, com a Catequese Matrimonial, com a Pastoral junto aos Casais de segunda união e com a Pastoral Judiciária. Existe este grande clamor! “O Senhor ama a justiça e não abandona os seus fiéis” Sl. 37, 28 Pe.
Com fotos e informações de Padre Francisco Clóvis Nery — Vigário Judicial