Por Diác. Luiz Fernando Gomes Vitor
A vida, sem sombra de dúvidas, é dom de Deus. Ela é a primeira vocação de todo ser humano. Não é sem motivo que a defesa da vida desde sua concepção até sua morte natural, a luta pela dignidade, pela justiça e os direitos humanos são pontos inegociáveis da fé cristã.
E quando a morte chegar? Quando não for possível mais lutar para que a vida prevaleça e o sopro que a mantém viva partir sem jamais retornar? O desespero diante do fim é algo partilhado entre todos os seres vivos. Até os animais sem autoconsciência sentem a dor do luto.
“A morte não é a última palavra sobre os homens, sempre será a ressurreição o imperativo para quem acredita”.
Porém, a fé cristã apresenta uma outra perspectiva diante da morte: ela não é fim, mas uma passagem de uma realidade limitada pelo tempo e pelo espaço, marcada pelo pecado e suas consequências, para um estado mais amplo e definitivo: a comunhão com Deus.
“Hoje mesmo estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43); “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu não vos teria dito: vou preparar-vos lugar” (Jo 14,2). Essas duas passagens já são capazes de revelar, mesmo com seus limites, que o fim do ser humano é estar no paraíso ao lado de Deus, num lugar preparado por Jesus, aquele que nos resgatou do peso da culpa e das marcas do erro.
O que fazer, então, diante da dolorida e trágica partida de uma pessoa amada? Não há receitas para o luto, como não há conselhos capazes de arrancar a dor. O que desperta a esperança de todos os seguidores de Jesus é a promessa da vida eterna e a certeza de que um dia a humanidade será uma em todos (Cf. Jo 17,21).
“Não há receitas para o luto, como não há conselhos capazes de arrancar a dor”.
A esperança é aquela que não deixa jamais apagar no coração de um fiel a certeza de que todos serão abraçados pela misericórdia divina. A morte não é a última palavra sobre os homens, sempre será a ressurreição o imperativo para quem acredita.
Que os fiéis defuntos descansem em paz pela misericórdia de Deus. Amém!