Por Padre Alexandre José Gonçalves, coordenador Diocesano de Pastoral
“Evangelizar nos ambientes cada vez mais urbanos, pelo anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo, em comunidades eclesiais missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, cuidando da casa comum e testemunhando o Reino de Deus, na cidade e no campo, rumo à plenitude”.
Esse é o objetivo geral do Plano Diocesano da Ação Evangelizadora da Diocese de Guaxupé. A partir daí, entendemos que a formação está intimamente ligada à missão. Nesse sentido, recordo uma das estratégias de ação para a concretização do Projeto Missão Permanente, que diz: “despertar nos cristãos e nas comunidades o compromisso missionário entendido como ‘tarefa diária’”.
Isso significa que a formação das lideranças leigas e dos leigos em geral tem como objetivo capacitá-los para a missão, seja nos Movimentos e Pastorais, nas diversas comunidades e serviços eclesiais ou não, para que realizem essa tarefa missionária diária de “levar o Evangelho às pessoas com quem se encontram, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos” (CNBB, doc. 109, 187).
A Diocese de Guaxupé tem como tradição investir na formação de leigos. Nesse sentido, sempre ofereceu ótimas modalidades como o Curso de Iniciação Teológica de janeiro, Cursos de Teologia para Leigos nos Setores e nas paróquias. Por muito tempo, foi utilizado e com grande sucesso o material “Tempo de Crer, Ver e Amar…”.
Com a pandemia, essa caminhada exitosa experimentou um forte enfraquecimento. No entanto, agora, com a graça de Deus iluminando o empenho do senhor bispo, as coordenações diocesanas e setoriais de pastoral, a coordenação diocesana de formação e muitos padres e leigos encantados e convictos da importância da formação inicial e permanente de leigos para a ação evangelizadora, aquela semente nascida volta a ter vigor, e os frutos estão aparecendo. O Curso de janeiro voltou e já marca novamente um passo importante na caminhada formativa da Diocese; também os cursos de formação teológica nos setores estão retornando. A nível paroquial, o novo material de formação preparado pela diocese já é uma realidade, e depois dos animadores indicados pelas paróquias passarem pela capacitação necessária, ele passará a ser usado nas comunidades paroquiais.
Certamente teremos muitos grupos de formação em nossas paróquias, e muitos leigos serão capacitados, despertados e reanimados no amor a Cristo, à Igreja e à tarefa de anunciar a “Alegria do Evangelho”. Quando falamos sobre a formação dos agentes de pastoral, temos que ter em mente que ela não se dá de uma vez e pronto: ela é permanente.
“A formação permanente de sujeitos eclesiais, que implica em amadurecimento contínuo da consciência, da liberdade e da capacidade de exercer o discipulado e a missão no mundo, deve ser um compromisso uma paixão das comunidades Eclesiais. Trata-se de buscar uma Igreja participativa que supera as dicotomias. Isso habilita a Igreja a inserir-se de modo qualificado nas realidades urgentes de nossos dias, como ‘Igreja em saída’, e contribuir com a formação de uma consciência eclesial crítica dos seus próprios limites” (CNBB, doc. 105, 229).
A ação evangelizadora da Igreja depende muito da formação de seus agentes. Portanto, não pode ser entendida apenas como transmissão e recepção de conteúdos, mas sim como um ato de espiritualidade: formação, oração e missão.
Desejo e incentivo que os padres e leigos de nossas comunidades paroquiais sejam entusiastas da mística da formação, entendendo que, por meio dela, a Igreja ganha força para se colocar no mundo em estado permanente de missão e, ao mesmo tempo, ser como uma casa, ou seja, um “espaço do encontro”, um “lugar da ternura”, um “lugar das famílias”, um “lugar de portas sempre abertas”, focando nos quatro pilares: o “Pilar da Palavra” (iniciação à vida cristã e animação bíblica da vida e da pastoral), o “Pilar do Pão” (liturgia e espiritualidade), o “Pilar da Caridade” (a serviço da vida) e o “Pilar da Ação Missionária” (estado permanente de Missão) (Cf. CNBB, doc. 109, Capítulo 4).
Nesta perspectiva, a formação conduzirá à vida de comunidade, e a vida de comunidade despertará para a necessidade de uma adequada e permanente formação, pois estamos em um mundo que exige maturidade de fé. As realidades do mundo cada vez mais urbano nos desafiam. Portanto, escutemos com o coração a ordem de nosso Senhor Jesus Cristo: “avancem para as águas mais profundas” (Lc 5,4).